Friday 16 July 2010

Just let it go




Uma música de violino começava a tocar e cada nota musical era o suficiente para mexer com todos os sentimentos adormecidos dentro do ser de Amanda. Ela não hesitou mesmo sabendo que ira interromper a conversa, o convidou, quase sussurrando no seu ouvido, sobrancelha direita levantada e falou:

-O senhor me concede uma dança?

E conseguiu mais um sorriso daquele homem, que parecia ter sido abandonado dentro de um casarão de madeira, onde somente o que poderia escutar, eram os seus próprios passos.

Cada movimento era sutil e sublime em Amanda. Senhor Call esquecera descompassadamente todos que estavam a sua volta. Um movimento de bailarina delicado, onde os corpos ainda estavam fisicamente distantes, assim como o palco de uma platéia.

Aumentava a intensidade da respiração e os seus corpos foram sugados em somente um corpo, unidos por uma só nota musical.

Amanda não tinha idéia de que esse era mais um pré-requisito que não era permitido na agência, a acompanhante só poderia “aceitar” mas nunca convidar. Ela sempre se deixara permitir pelos seus sentimentos mesmo sabendo que a queda poderia ser muito grande, por estar sempre muito alto, ela sabia que valia a pena, se permitir mais uma vez.
Foi então quando o Senhor Call ao deixara em casa, segurou-a pelo braço e disse com um pequeno sorriso:

-”Muito obrigado”-
E podia escutar a sua voz doce com ar de brincadeira:

“-Eu sei que você faria o mesmo por mim” e piscou o olho com um sorriso dentro dos lábios carmim.

No comments: